23/09/2010

CAPES: avaliação trienal como julgamento moral

Na última quarta-feira, 15 de setembro de 2010, expus mensagem neste blog em que expressava não ter entendido o porque do PGCIN-UFSC ter obtido nota 5 do Comitê da Área de Ciências Sociais Aplicadas I na avaliação trienal de 2007-2009 e ter tido sua nota rebaixada para 4 pelo tal CTC-CAPES.

Mas, após ter acesso à ficha de avaliação do triênio 2007-2009 e poder ler a apreciação do tal CTC-CAPES comecei a formar um entendimento mais claro: é que o tal CTC-CAPES não faz análise técnica, mas simplesmente um julgamento moral.

Para ter tal clareza, comparei essa ficha da avaliação trienal de 2007-2009 com a ficha do triênio 2004-2006, em que o mesmo Programa recebeu nota 4 do Comitê da Área de Ciências Sociais Aplicadas I e viu sua nota rebaixada para 3 pelo tal CTC-CAPES.

O que está escrito na ficha de 2007 (triênio 2004-2006) e na ficha de 2010 (triênio 2007-2009)?

Ficha de 2007: "O CTC revê a nota proposta pela Comissão de Área, rebaixando-a, porque sua produção científica é menor DO QUE CONVÉM aos programas com o conceito recomendado".

Ficha de 2010: "O CTC-ES não aceita a recomendação da área e atribui conceito 4 ao Programa. Este possui bons indicadores e apresenta clara tendência ascendente o que justifica a melhoria de conceito de 3 para 4. Por ser um Programa que, embora promissor, possui apenas mestrado o CTC-Es considera que o avanço para conceito 5 seria PREMATURO, podendo ser alcançado nas próximas avaliações"

Que é isso? A quem interessa essas duas garfadas nas notas desse Programa, tanto em 2007 quanto em 2010?

15/09/2010

O garfo CAPES: avaliação trienal 2007-2009

Ontem, 14 de setembro 2010, com um dia de atraso em relação ao calendário que publicara em janeiro, a CAPES divulgou o resultado de sua avaliação trienal dos programas de pós-graduação, referente ao triênio 2007-2009. Segundo as notas publicizadas, o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFSC obteve a nota final 4. Entretanto, a Comissão da área de Ciências Sociais Aplicadas I havia-lhe atribuido a nota 5, decorrente do conceito MUITO BOM obtido nos cinco quesitos submetidos à avaliação. Espero que tenha sido somente um equívoco que pode ser sanado imediatamente!

Contudo, na avaliação referente ao triênio anterior, 2004-2006, a Comissão da área de Ciências Sociais Aplicadas I havia-lhe atribuido a nota 4, mas a nota final concedida foi 3 e mesmo com a apresentação de recurso foi mantida a nota rebaixada.

Mediante isso, o que se constata é que o Programa do Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFSC, implantado em 2003, vem sofrendo algum tipo de "marcação". A pergunta é: por que?

Eu não consigo atinar a quem interessa, junto à Diretoria da CAPES, a cada avaliação "rebaixar" a nota que a Comissão de Área atribui. Parece que estão ocorrendo coisas do tipo: a) pouco respeito pela Comissão de Área; b) perseguição política ao programa (mas, por que?); c) tentativa de desestimular o crescimento do Programa (mas para beneficiar a quem?).

De outro lado, parece-me que cabe à UFSC, pela sua direção maior, cobrar a quem de direito uma cabal manifestação. Afinal de contas não faz sentido se trabalhar para atingir desempenho sempre maior, isso ser constatado pela Comissão de Área e um comitê político, o chamado CTC/CAPES, simplesmente agir com todo esse desrespeito à Comissão de Área, à UFSC e a seu Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação.

Por fim, isso também mereceria uma apreciação pela ANCIB - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação, como representante de toda a Área de Ciência da Informação.

Para se entender melhor, veja-se o relatório da Área de Ciências Sociais Aplicadas I ( http://trienal.capes.gov.br/wp-content/uploads/2010/09/CI%C3%8ANCIAS-SOCIAIS-ALICADAS-I-rel-11set10.pdf). Por ele, a Comissão de Área deu ao PGCIN/UFSC a NOTA "5". Ele obteve conceito MUITO BOM (MB) em todos os cinco quesitos avaliados, com algumas pequenas diferenças de outros Programas com conceito 5. Na notal final, houve o rebaixamento inexplicado do valor atribuido pela Área e a elevação também inexplicado da nota da UFF.

A seguir a relação por Programa:

UNESP = nota area 5 = MB em todos os 5 itens - NOTA FINAL = 5

UFMG = nota area 5 = MB em todos os 5 itens - NOTA FINAL = 5

UNB = nota area 5 = MB em todos os 5 itens - NOTA FINAL = 5

USP = nota area 5 = MB em 4 itens e B em 1 item - NOTA FINAL = 5

UFSC = nota area 5 = MB em todos os cinco itens - NOTA FINAL = 4

UFBA = nota area 4 = B em 4 itens e MB em 1 item - NOTA FINAL = 4

UFPB = nota area 4 = B em 4 itens e R em 1 item - NOTA FINAL = 4

UFRJ/IBICT = nota area 4 = B em 4 itens e NA em 1 item - NOTA FINAL = 4

UFF/IBICT = nota area 4 = MB em 2 itens, B em 2 itens e R em 1 item - NOTA FINAL = 4

UFPE = nota área 3 - NOTA FINAL = 3

UFF = nota área 3 - NOTA FINAL = 4


Relatório Geral: http://trienal.capes.gov.br/wp-content/uploads/2010/09/relatorio_geral_dos_resultados_da_avaliacao.pdf

Resultados por Área: http://trienal.capes.gov.br/wp-content/uploads/2010/09/Resultados-por-%C3%81rea.pdf

09/09/2010

Situação da biblioteca pública brasileira - vergonha para os bibliotecários do país

Há muitas fontes noticiosas, que nos últimos meses têm ecoado os dados levantados no último censo de bibliotecas públicas nas cidades brasileiras.
Os dados revelam a distância a que está o envolvimento dos bibliotecários brasileiros em relação ao acesso público à informação. Às vezes dá a impressão de que esses bibliotecários são habitantes de outros países.
Mas aí também não está refletido o papel de apagamento que os Cursos de Biblioteconomia fazem em relação à realidade em volta? Como está a nossa educação biblioteconômica e de política sócio-biblioteconômica?

Veja esta notícia: http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/censo-aponta-falta-de-bibliotecas-publicas-em-um-quinto-das-cidades-brasileiras-20100430.html

01/09/2010

Ética do bibliotecário no setor empresarial

No último dia 20 de agosto, Daniela Camara Pizarro, defendeu dissertação de mestrado em Ciência da Informação, na sala Henrique Fontes da BU/UFSC. Sua pesquisa foi realizada no estado de Santa Catarina e apresentada à Banca Constituida pelos Drs. José Augusto Chaves Guimarães, da UNESP; Miriam Vieira da Cunha, da UFSC, Delsi Fries Davok, da UDESC e Francisco das Chagas de Souza (orientador), da UFSC. Contou com uma platéia significativa, o que contribui para ampliar a disseminação dos resultados obtidos.

De forma resumida: O objetivo do estudo, intitulado "Ética profissional do bibliotecário atuante no segmento empresarial em Santa Catarina" foi o de compreender as representações de ética e ética profissional apreendidas nos discursos dos bibliotecários atuantes em empresas de médio e grande porte de Santa Catarina. A pesquisa foi de tipo qualitativa e a coleta de dados foi realizada através de um roteiro de entrevista semi-estruturado. O tratamento e a análise dos dados apoiaram-se na técnica de análise "Discurso do Sujeito Coletivo (DSC)". A partir dos discursos dos profissionais entrevistados foram detectados três pontos relevantes: o desconhecimento da conceituação de ética e ética profissional, assim como da sua importância e a falta de domínio do conteúdo do Código de Ética Profissional do Bibliotecário Brasileiro. O conceito de ética expresso confunde-se com o conceito de moral e esse coletivo tem noções de ética relacionadas com alteridade, caráter e comportamento. Expõe que o bibliotecário tem sua atuação focada na correta oferta de informações, para subsidiar estratégias e processos gerenciais das organizações e volta-se à manutenção do sigilo informacional, fator que pode trazer vantagem competitiva à empresa. Neste estudo, a autora levou em consideração o contexto pós-moderno onde os indivíduos são socializados pelo individualismo e pela competição. Frequentemente, os interesses individuais sobrepujam os interesses coletivos da sociedade.