30/04/2009

Homenagem a Regina Carneiro

Transcrevemos, com pesar, a nota abaixo sobre o falecimento da Profa. Regina Carneiro. Sua atuação forneceu importante contribuição para a modernização da indústria editorial brasileira.


Folha de São Paulo, São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009



REGINA CARNEIRO (1921-2009)

A bibliotecária e a "catalogação na fonte"
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Livros, há de todos os tipos. Grandalhões, miúdos, com fotos e/ou ilustrações, ou os que trazem só palavras. Boa parte possui uma ficha, logo no começo, com nome do autor, título, ano e assunto. Graças a Regina Carneiro.
No Brasil, a ideia de que as obras deveriam sair das gráficas com essas informações, adotando-se assim o sistema de "catalogação na fonte", partiu dela, nos anos 70.
Ex-professora de biblioteconomia da USP, foi também bibliotecária-chefe da CBL (Câmara Brasileira do Livro). Zanizer Chaves, hoje no mesmo cargo que Regina teve na câmara, lembra: "Ela descobriu que a biblioteca do Congresso, em Washington, usava um padrão e foi até lá ver como era".
Regina foi a primeira a defender a "catalogação na fonte" para o mercado editorial brasileiro, facilitando a troca de informações sobre obras.
Como lembra o sobrinho Marcello, que herdou da tia uma coleção inteira de Machado de Assis, ela era uma "devoradora de livros". Tinha uma queda por contos de autores ingleses.
Segundo Luís, sobrinho-neto com quem ela morava, Regina estava com muita vontade de rever os cinco sobrinhos de Ribeirão Preto. Na terça, Dia de Tiradentes, os cinco vieram visitá-la. Dois dias depois, morreu aos 87, após dar entrada no hospital com início de pneumonia. Sofreu uma trombose.
A missa de sétimo dia será hoje, às 10h, na paróquia São José, SP. Não deixa filhos.