Há muitas fontes noticiosas, que nos últimos meses têm ecoado os dados levantados no último censo de bibliotecas públicas nas cidades brasileiras.
Os dados revelam a distância a que está o envolvimento dos bibliotecários brasileiros em relação ao acesso público à informação. Às vezes dá a impressão de que esses bibliotecários são habitantes de outros países.
Mas aí também não está refletido o papel de apagamento que os Cursos de Biblioteconomia fazem em relação à realidade em volta? Como está a nossa educação biblioteconômica e de política sócio-biblioteconômica?
Veja esta notícia: http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/censo-aponta-falta-de-bibliotecas-publicas-em-um-quinto-das-cidades-brasileiras-20100430.html
Isso merece discussão!
ResponderExcluirCreio que o maior problema ainda é a ausência do profissional na biblioteca. Em segundo lugar o fraco trabalho da maioria dos sistemas de bibliotecas públicas que os Estados federativos dispõem. No meu trabalho de graduação, sobre bibliotecas públicas do Brasil, cheguei aos seguintes dados e a outras conclusões:
ResponderExcluir90,2% das bibliotecas públicas que tinham Bibliotecário ofereciam serviços de extensão;
69,6% das bibliotecas públicas que tinham um dirigente com formação superior em outra área do conhecimento ofereciam serviços de extensão;
60% das bibliotecas públicas que tinham um dirigente com formação em magistério ofereciam serviços de extensão;
56,1% das bibliotecas públicas que tinham um dirigente com ensino médio ofereciam serviços de extensão.
RESUMO:
Resgata a história da Biblioteca Pública no Brasil, interpretando sua evolução e estabelecendo comparativos entre suas diferentes fases, a partir de fontes documentais. Constrói um mapa da Biblioteca Pública no Brasil, a partir de informações obtidas junto à instituições que fazem parte do seu cotidiano, mídia virtual e através das próprias bibliotecas cadastradas como públicas nos sistemas de bibliotecas públicas brasileiros, com e-mail válido, através de um questionário composto por 32 questões dissertativas (abertas) e 31 questões objetivas (fechadas). Apresenta os resultados da pesquisa com 271 bibliotecas públicas, cruzando respostas entre questões para mostrar aspectos que uma visão superficial não permitiria observar. Relaciona informações antigas com atuais, para entender o presente e possibilitar sugestões para reversão das adversidades encontradas. Conclui que as Bibliotecas públicas do Brasil evoluíram desigualmente e, hoje, encontram-se mal distribuídas no País, tanto em níveis geográficos, como em níveis populacionais; também possuindo recursos humanos, estruturais, materiais e financeiros insuficientes para o bom desempenho de suas atividade, permitindo a avaliação de que sua situação é ruim.
RIBEIRO, Alexsander Borges. Bibliotecas Públicas do Brasil: passado, presente e futuro. Porto Alegre: UFRGS, 2008. 212 p. Monografia (Graduação em Biblioteconomia). Disponível em: . Acesso em: 20 fevereiro 2010. Disponível em: . Acesso em: 25 maio 2009. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2009
O Blogspot deletou o link. Segue o mesmo:
ResponderExcluirhttp://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/17857
Trago aqui uma parte da conclusão que apresentei no trabalho acima:
ResponderExcluir"Apontar culpados para esta situação é fácil, pois são tantos os culpados e tantos
os erros que ficaria difícil cometer alguma injustiça. Podemos apenas isentar os
funcionários, pois não compete a estes destinar recursos para as bibliotecas públicas,
nem promover o treinamento. Aliás, alguns dos problemas já começam nas
contratações que exigem baixa escolaridade, pois oferecem péssimos salários e
condições de trabalho. Fossem todos os funcionários Bibliotecários ou Técnicos em
Biblioteconomia não haveria a necessidade de treiná-los. Mas sendo a nossa realidade
triste, se faz necessário o treinamento, que compete aos sistemas de bibliotecas
públicas, que se reconheça não dispõem de estrutura para tal tarefa. Contudo, na
superação, alguns sistemas de bibliotecas públicas usam da criatividade para superar
as dificuldades, impostas pelos governantes, e realizam treinamentos. Outros se
acomodam e esperam por dias melhores. Os culpados, indiretamente, são todos os
eleitores que seguem votando em candidatos que jamais fizeram algo de bom pela
biblioteca pública, quando no poder, ou, ainda pior, que atentaram contra elas.
Diretamente culpados estão os políticos citados anteriormente. Também diretamente,
mas em uma escala menor, estão os integrantes das coordenadorias dos sistemas de
bibliotecas públicas, que, podendo contribuir de alguma forma para a melhoria dos
serviços de nossas bibliotecas, deixaram de fazer. Outros culpados poderiam surgir,
tais como dirigentes de bibliotecas desinteressados, mas numa escala ainda menor, até pela falta de treinamento de muitos. É preciso apontar os culpados, para que a
sociedade substitua-os por quem deseja trabalhar pelo bem comum"
A conclusão segue com sugestões para alterar o quadro caótico que envolve nossas bibliotecas públicas.